Centenário, Negroni é clássico, pop e drinque para todos os gostos
Vermute, gin e Campari em perfeito equilíbrio. Para os bons bebedores, essa fórmula é traduzida como o clássico Negroni.
No ano em que essa combinação chega aos 100 anos de vida, o Siga o Copo celebra a história, curiosidades, o maior expert sobre o assunto e ainda joga aí para você, leitor, a oportunidade de conhecer novas combinações – e quem sabe tentar em casa.
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Passado nobre
Florença, 1919. A pedido do Conde Camilo Negroni (ARRÁ), o bartender Forsco Scarselli deu uma poderosa calibrada no drinque Americano. No lugar de soda, gin. Ao invés de limão, uma rodela de laranja. Nasceu o Negroni.
Viajado e influente, o conde espalhou a novidade rapidamente e o drinque se espalhou pela "Bota". Em 100 anos, ele ganhou o mundo como um coquetel italiano marcante e cheio de paixão. MA CHE!
Pop e arte
É o segundo drinque mais popular do mundo… perdendo somente para o Old Fashioned.
O drinque tem um pé no mundo das artes. Na época, a Itália vivia o clima do Futurismo, movimento criado pelo poeta italiano F.T. Marinetti, que defendia a invenção, a velocidade, a produção e a indústria. Tendo uma marca como ingrediente oficial (Campari), nada mais apropriado.
James Bond adora… como visto no filme Somente Para Seus Olhos (1981);
Anthony Bourdain era apaixonado… e considerava o Negroni o "drinque perfeito";
Ernest Hemingway era tão doido por Negroni que batizou um de seus nove cães com o nome da combinação. Além disso, o coquetel é citado em uma de suas obras: Na Outra Margem, entre as Árvores (1950).
O "homem do Negroni"
Em rápida passagem ao Brasil, o bartender chefe do Café Gilli e maior entendedor do drinque no mundo, Luca Picchi contou que só tomou seu primeiro Negroni "de verdade" depois dos 20 e poucos anos e, desde então, viu a combinação se espalhar pelo mundo e virar uma superestrela da coquetelaria da Europa, às Américas e até mesmo na Ásia.
Está atrás do Negroni perfeito? O gelo é a real obsessão de Luca ao comentar o que considera um drinque de qualidade.
"Negroni precisa da diluição perfeita, feito com um gelo puro. Se tiver como, copo e acessórios para fazer o drinque devem estar gelados. Sem isso a diluição é excessiva e o drinque fica sem gosto", dá a dica. Além disso, os ingredientes devem ser estudados desde a gradação alcoólica às quantidades de cada um dos itens. Para cada detalhe, uma variação surge e o truque é buscar o equilíbrio sempre. Ciência – e um pouco de mindfullness -, amigos.
Um apaixonado pela história do drinque, Luca se diverte com as várias regiões que reclamam pela maternidade do Negroni e conta que, para ele, resgatar a aura da época da criação do drinque é essencial.
"É interessante evocar à época com copos vintage. É como criar uma pequena máquina do tempo. O drinque fica melhor", recomenda.
Sobre as variações, Luca defende a estrutura clássica do Negroni. "A receita original é perfeita. Não invente com mais de duas mudanças aqui e ali", diz.
Como fazer o Negroni clássico
30 ml Campari
30 ml vermuth
30 ml Gin
Misturar e servir em um copo geladinho, como já disse Luca.
Mais ideias para brincar
Em plena Negroni Week, que acontece entre os dias 24 e 30 de junho em mais de 150 bares e restaurantes de todo o Brasil e em mais outros vários locais pelo mundo, você pode fazer seu "Negroni Crawl" nos locais indicados pelo site.
Se não tiver a oportunidade de provar um ou todos no evento especial, o Siga o Copo entrega algumas receitas de destaque do drinque:
Caulí (bartender: Sylas Rocha)
Ingredientes:
1 parte de Campari
1 parte de Cinzano 1757
1 parte de Appleton Estate infusionado com avelãs, macadâmia e nib de cacau
Modo de preparo:
Mexer, servir em copo com gelo + zest de laranja
Candeeiro (bartender: Laercio Zulu)
Ingredientes:
30 ml de Campari
20 ml de Cinzano 1757
10 ml de Fernet Branca
30 ml de Gin
A mistura vai em barril de bálsamo com capacidade de 2 litros. Repouso por 2 semanas. Servido em copo médio com gelo, perfume de cacau com coco seco para finalizar.
E não é só isso…
Esse blog nasceu sob o signo de Ninkasi e até mesmo o coração cervejeiro ganhou um toque de Negroni pelas mãos da Avós, que ao lado da Difford's Guide Brasil e apoio da Campari, elaborou uma Baltic Porter maturada em barril de carvalho americano, onde descansou um típico Negroni.
A partir de terça, dia 25 de junho, o lançamento estará plugado na Casa Avós e lá também pode ser comprada a versão engarrafada – que vem em um kit limitado a 100 unidades com caixa de madeira e um copo especial – a R$ 135.
A mineira Wäls também mostra que a aposta na combinação e, numa produção conjunta com Dante NYC, criou o Chopp Sbagliato, que leva Wäls Dubbel misturada com Negroni.
Oito casas receberão essa criação exclusiva durante a Negroni Week: Astor SP, Astor JK, SubAstor, Bar do Cofre, Bráz Trattoria, ICI Brasserie (Bela Cintra) e Câmara Fria, em São Paulo; e Astor RJ, no Rio de Janeiro.
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