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Confraria feminina brasileira sai no “eixo do lúpulo” e vai ganhar o mundo

Juliana Simon

04/12/2018 10h41

"Made In Brazil", a Goose Island Sisterhood fecha 2018 e promete abrir 2019 com o pé (direito) na porta do mundo cervejeiro. Criada em 2017 e composta só por mulheres, a confraria já fez homenagens a nomes do passado e presente do universo feminino.

Beatriz Ruiz, gerente de marketing da Goose Island e idealizadora do projeto Sisterhood, e Marina Bonini Pascholati, cervejeira da Brewhouse Goose Island, contaram ao Siga o Copo o que provar e esperar dessa reunião "girl power".

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Ainda sobre ele, o lúpulo

(Achou que não ia falar mais de lúpulo? Achou errado!)

Encerrando o ano, o time poderoso lançou Sueli, uma African IPA que, ao sair do eixo de lúpulos americanos e europeus trouxe uma homenagem única a Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro.

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Para isso, os lúpulos southern passion e african queen entraram na receita e "casam" características dos clássicos lúpulos americanos e ingleses. Enquanto o primeiro acrescenta aromas herbais (grama recém-cortada, resinoso) e condimentados (como picante, cravo, gengibre) como base, o segundo traz ao nariz e à boca toques de frutas amarelas (maracujá, melão) e cítrico (laranja, tangerina, limão) e fica em evidência.

As cervejeiras contam que a novidade só havia sido utilizada em 2017, pela Colorado em uma cerveja para o IPA Day: a Nandi, uma Imperial IPA com lúpulos africanos.

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Sempre sobre elas, as mulheres

Para Bia e Marina, o balanço da Sisterhood foi muito positivo. Em 2018 teve Helô, uma New England IPA em homenagem à escritora, acadêmica e feminista Heloísa Buarque de Hollanda; Kitty, uma India Pale Lager inspirada na jornalista Kitty Balieiro e em toda a história dela no jornalismo esportivo; Giu, uma California Common que lembrou o papel da mulher no skate e a trajetória de Giuliana Ricomini e encerrou com Sueli.

"Queremos permanentemente trazer para a sociedade a discussão sobre o empoderamento feminino com o intuito de contribuir para o debate e a transformação da atual situação de representatividade da mulher", dizem.

A confraria Goose Island Sisterhood na produção da Sueli

Do Largo da Batata para o mundo

Criada no bairro de Pinheiros, no brewpub da marca de Chicago em São Paulo, a confraria chamou atenção de cervejeiras pelo mundo e a partir do próximo ano vai desembarcar nos Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Canadá, Inglaterra e Austrália.

As receitas futuras elas não revelam, mas entregam que o mote e a inspiração são infinitos: "Sempre tivemos muitas mulheres com papéis importantes na sociedade e o importante é continuar dando destaque para elas".

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Sobre a autora

Juliana Simon é jornalista do UOL, sommelière de cervejas, mestre em estilos e especialista em harmonização pelo Instituto da Cerveja Brasil.

Sobre o blog

O Siga o Copo é espaço para dicas, novidades e reportagens para quem já adora ou quer saber mais sobre o universo cervejeiro e de mais bebidas.