Ainda não se apaixonou pelo lúpulo? Então vem cá um minutinho
Agora que mais gente sabe mais um pouquinho sobre lúpulo, já é hora de criar amor na plantinha. E nada melhor para isso que ver como ela nasce, cresce e… vira o tal "tempero" da cerveja.
Não é de hoje que este blog recomenda conhecer uma plantação de lúpulo. A primeira vez foi depois de uma visita à fazenda lupulada da Cerveza Patagonia, em Fernandez Oro, na Argentina. Variedades próprias, um plantio todo voltado para as cervejas da marca… aqui do nosso lado, Brasil. Foi bem lindo.
Desta vez, porém, a coisa ficou ainda mais sensacional, linda….monstrona mesmo. Em quatro dias, o Siga o Copo deu uma andada por Munique – tema de dois posts apaixonados: Munique é tradição, mas não parou no tempo e Munique é Meca, Disney e sonho de qualquer cervejeiro – e conheceu três fazendas que produzem lúpulos que vão para o mundo todo, além de um centro de pesquisas que desenvolve e aprimora aroma e amargor que podem estar no seu copo agorinha mesmo, no Brasil.
É MUITO LÚPULO. LÚPULO PARA TODO LADO
Basta entrar uma das estradas para os arredores de Munique para ver campos enormes de lúpulos e mais lúpulos – e mais um pouco, e mais um tanto. Imagina que só a Alemanha produz cerca de um terço do lúpulo do mundo e mais de 80% das plantas são cultivadas na Hallertau, região da Baviera.
Entenda o encantamento da cervejeira
No Brasil, não há uma produção de lúpulo relevante. A enorme maioria dos cervejeiros utiliza os pellets (comprimidos) de variedades importadas. Quando muito, temos contato com flores miúdas e plantações ainda em fase de estudos.
Estar num mar verde de lúpulos fresquíssimos de cultivos mais do que tradicionais é um convite à bobeira e às selfies de "hop tiete".
Até mesmo esta blogueira, criada em carpete "com sucrilhos no prato" enfiou alegremente os pés na lama para olhar as flores de pertinho…
…e ficou um tanto chocada ao pedir ao produtor que desse UMA delas e o alemão, com aquele quintal repleeeeeto de lúpulo, simplesmente arrancou um pé sem dó, nem piedade.
Para eles não vai fazer falta, para a gente é meio desesperador.
Lúpulo é um u-ni-ver-so
Sabe o lúpulo que entra em um montão de cervejas mainstream pelo planeta? Alguns deles saem direto da Hopfenforschungszentrum Hüll. A colheita e tratamento – com explicação do "mestre do lúpulo" da Anheuser-Busch InBev e herdeiro da fazenda, Willie Buholzer -, é de fazer qualquer cervejeiro dar uma choradinha.
De quebra uma aulinha sobre variedades e propriedades da santa planta na Sociedade de Pesquisa sobre Lúpulo, ou simplesmente Gesellschaft für Hopfenforschung e.V. (alemão, melhor idioma <3).
Além do tradicionalíssimo Hallertau e do Perle, que dá o aroma a muita cerveja do dia-a-dia, foi o dia de dar cheiradinhas em variedades mais novas, como o queridinho Monroe, um dos quatro lúpulos da Skol Hops, que remete a frutas vermelhas e, sim, o nome vem da Marilyn. Exuberante, mores.
Em que outro lugar poderia conhecer o SEN-SA-CIO-NAL Mandarina Bavaria, variedade selvagem dos EUA aprimorada na Alemanha, que lembra, mais uma vez, que eles estão de corpo e alma na tradição, mas de olho nas inovações lupuladas, viu Tio Sam?
Uma pena que internet ainda não tem cheiro, senhoras e senhores.
Em resumo: se puder pire no lúpulo
Nas experiências da Serra da Mantiqueira, e produções na Argentina, Estados Unidos, Bélgica, República Tcheca e até China – um dos maiores produtores de lúpulo do mundo, saibam – ver o lúpulo ainda flor é inesquecível e tentar degustar cada nuance das variedades cada vez maiores dele é um exercício apaixonante para quem ama cerveja.
Vide mestre Garrett Oliver, nosso mestre-cervejeiro-magia da Brooklyn Brewery, felizão com a colheita que se inicia nos EUA:
Como dito no post anterior, está mais do que na hora de esse virar um assunto para TODO MUNDO, muito além de sommeliers, mestres-cervejeiros e "entedidões". E se os relatos apaixonados daqui inspiraram algum amorzinho por lúpulo e cerveja daí, um brinde.
A blogueira viajou a Munique a convite da SKOL.
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