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Gigante abre 1ª cervejaria do Brasil para quem batalha para viver da bebida

Juliana Simon

18/04/2019 08h32

Para fazer cerveja profissionalmente, não basta boa vontade, uma receita sensacional e aquele mestre-cervejeiro cheio de talento. Uma fábrica é essencial.

Em um inédito projeto, revelado em primeira mão aqui no Siga o Copo, a Cervejaria Ambev vai abrir as portas da Bohemia – a cervejaria mais antiga do Brasil, fundada em 1853 – para a produção de cervejeiros "ciganos" – que dão vida às suas criações em fábricas de outras cervejarias.

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E a novidade já está a todo vapor. A partir do fim de abril, a carioca Motim Brew já terá acesso a toda a tecnologia de produção, maquinário, controle de qualidade, insumos, além da consultoria completa do time de cervejeiros da Ambev.

A primeira cerveja a ser produzida dessa parceria será a Hoppy Lager Hell de Janeiro, uma cerveja leve, com uma coloração amarelada e uma grande variedade de lúpulo. Entre produção de até 6 mil litros da bebida e rótulo, o trabalho deve durar cerca de um mês.

Atenção, ciganos!

Marcelo Tucci, diretor de cervejarias artesanais da gigante cervejeira, destaca que não é um projeto pontual. "Outras cervejarias que demonstrarem interesse e nos procurarem serão recebidas e, a partir daí, analisamos o cenário e avaliamos qual melhor caminho para cada uma", diz.

Da panela ao balcão, prateleira e mesa…

Marcelo conta que, para a Motim, além do espaço e suporte na compra e acesso aos mais variados insumos a preço de custo e controle de qualidade, o rótulo será vendido em bares do Urso, da Colorado, além do suporte da Cervejaria Ambev para a participação de eventos relevantes.

"A ideia é oferecer para as cervejarias um ecossistema de benefícios, desde a receita até a torneira de chope, compartilhando conhecimento cervejeiro da forma mais ampla possível. Além da produção, queremos colaborar também na compra de embalagens, distribuição e, até mesmo, direcionar a participação em eventos importantes do mercado cervejeiro no Brasil e no mundo", declara.

Quem ganha com isso?

As ciganas, obviamente, podem comemorar a novidade e cravar suas receitas para além do nicho. Palavra de cervejeiro:

"O projeto promete ser muito importante para o futuro da cerveja no Brasil e acredito que marcará uma nova fase deste mercado", diz Salo Maldonado, fundador da cigana.

Com portfólio artesanal com nomes de peso, como Goose Island, Colorado e Wäls, a Ambev, por sua vez, demonstra que está de olho nas criações craft. É inquestionável que a gigante da cerveja percebeu que há um público crescente para além das American Lager, que sentia falta de ter bebidas mais criativas e ACESSÍVEIS (EM LETRAS GARRAFAIS MESMO). 

"Nosso foco é ajudar a fortalecer a categoria, permitindo que mais cervejarias consigam produzir cervejas de qualidade e com preço competitivo", diz Marcelo.

O ponto maior, porém, é para o consumidor, que terá mais rótulos, estilos, aromas e sabores diferentes disponíveis no mercado e poderá dar uma bela variada na cervejinha nossa de cada dia.

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Sobre a autora

Juliana Simon é jornalista do UOL, sommelière de cervejas, mestre em estilos e especialista em harmonização pelo Instituto da Cerveja Brasil.

Sobre o blog

O Siga o Copo é espaço para dicas, novidades e reportagens para quem já adora ou quer saber mais sobre o universo cervejeiro e de mais bebidas.