Tequila merece mais que um shot - e não a ofenda com a famigerada larva
Enquanto vinho é dos cultos, cervejas dos hipsters e uísque dos conservadores, qual é o estereótipo que a tequila carrega? Fora da terra natal da bebida, México, o destilado ainda é aquele que só vem em shot e deixa um estrago no corpo e na consciência no dia seguinte.
Está mais do que na hora de isso mudar. Para descobrir a bebida, o Siga o Copo contou a ajuda da tradicional Tequila 1800 para fazer uma deliciosa investigação sobre os mitos e verdades da tequila e traz boas notícias: ela é apaixonante a cada gole.
Ela é paixão nacional
Cachaça é do Brasil, champanhe da França, scotch whisky da Escócia, cava da Espanha… e a tequila também é uma joia protegida por denominação de origem controlada desde os anos 70. Só é tequila a bebida produzida com agave azul, em Jalisco – região mexicana com abundância dessa linda planta que parece um abacaxi gigante.
Ela é variada e refinada
Tequila só pode ser chamada assim se tiver pelo menos 51% de agave azul, por isso há dois tipos: a blendada com outros açúcares e a 100% agave – considerada mais refinada pelo processo ainda mais trabalhoso (a planta demora até oito anos para crescer).
Dentre esses dois tipos há as categorias:
Blanco / Silver – não é envelhecida e pode descansar por no máximo 2 meses;
Reposado – é envelhecida no barril de carvalho de 2 meses a 1 ano;
Añejo – envelhecida no barril de carvalho de 1 a 3 anos
Extra Añejo – envelhecida mais de 3 anos.
Ela NÃO É MEZCAL
As duas bebidas são ícones mexicanos, e até primas, mas não são a mesma coisa. Enquanto a tequila só é produzida com agave azul, o mezcal utiliza outros tipos de agaves.
Na tequila, o agave é cozido no vapor, já no mezcal ele é assado.
Além disso, o mezcal é destilado apenas uma vez e a tequila duas vezes.
Ela não é feita (só) para "virar"…
Shot é legal, shot é bacana. Mas com tanta história e personalidade, a tequila merece bem mais que um consumo a goles ágeis. Degustar é possível e se a bebida é a genuína tequila, o rico teor alcoólico – que chega a 50% – desce redondo e macio. Além disso, o destilado serve como base para drinques variados – lá embaixo você encontra receitas para começar a brincadeira.
…e temperatura faz diferença
Se você só tomou a bebida em temperatura ambiente, a experiência pode ser bem menos prazerosa que saborear o destilado geladinho, o que diminui a sensação de aquecimento alcoólico. Quer sentir as notas de cada tipo de tequila? Pingue umas gotinhas de água e sinta a bebida "abrir" para olfato e paladar.
Ela instiga a criatividade…
Ainda que tradicionalíssima no México e com degustação mais elaborada que muitos bebedores conhecem, a tequila não é antissocial e pode ser a estrela…
…em harmonização com comida
Tequila é tão variada e acolhedora que entra em uma refeição sem problemas – e não é com tex-mex.
Mais suave, a silver, por exemplo, vai bem com entradas leves, carnes brancas e pratos com toques cítricos. As envelhecidas, que ganham complexidade quanto mais tempo ficam em barril, dançam com facilidade em queijos fortes, carne vermelha, pratos com untuosidade maior (provei com um carbonara e foi perfeição).
… e nos balcões
Claro que a tequila pode ser degustada (e não apenas engolida) sozinha, mas ganha muito ao dar alma a drinques.
Gabriel Tertuliano, chef de bar do Grecco Cuccina, elaborou esses aqui e entrega os segredos para você brincar em casa:
El Mariati
50 ml Tequila 1800 Silver
15 ml xarope de capim-santo
10 ml Licor Luxardo Maraschino
10 ml limão siciliano
Espuma de Gengibre
Twist limão Tahiti
Modo de preparo:
Montado direto no copo on the rock com gelo, finalizado com espuma de gengibre e uma twist de limão Tahiti.
Golden Martini
50 ml Tequila Reposada
30 ml maracujá
20 ml melaço de cana
5 ml limão siciliano
Twist laranja
Modo de preparo:
Bater na coqueteleira com gelo, fazer dupla coagem na taça coupe e finalizado com uma twist de laranja.
Extravaganza
50 ml Tequila Reposada
30 ml maracujá
20 ml Shrub Morango
10 ml Vermuth Carpano clássico
Espuma de gengibre
Pimenta Rosa
Modo de preparo:
Bater na coqueteleira com gelo, fazer dupla coagem na taça coupe e finalizado com espuma de gengibre e pimenta rosa.
POR FIN….
Esqueça a larva!
Para dar ares de exotismo à bebida, criou-se o marketing do "gusano" no fundo da garrafa e um problema para quem leva a tequila a sério.
Não é tradicional, nem desejável ter o verme da bebida. Muito pelo contrário. Além de não ser permitido este ou qualquer outro animal na garrafa pelo Conselho Regulatório da Tequila, o bichinho indica uma infestação na agave e uma bebida de má qualidade.
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