"Puro malte é melhor?" volta aos holofotes. O que isso muda no seu copo?
Prestes a voltar com toda força graças ao início da campanha da Skol Puro Malte por aí, o debate sobre a cerveja com água, malte, lúpulo e levedura – e nada, nada mais – é mais uma chance de cutucar paladar e ideias.
O lançamento confirmado já no finzinho de 2018 deu um pequeno nó na cabeça de alguns círculos cervejeiros: de um lado, os consumidores da tradicional Skol Pilsen – que é, na verdade, uma Standard American Lager, como já explicamos a diferença aqui – e do outro, cervejeiros que batalham para mostrar para o público que PURO MALTE NÃO É GARANTIA DE CERVEJA DE QUALIDADE (nem adjunto é sinônimo de bebida sem valor), apesar do mito reverberado por aí e também explorado neste blog.
O que importa…
… para o consumidor
Se a proposta é de uma puro malte de corpo e sabor mais suaves que os outros exemplares do mercado, a Skol entrega. Esse blog comparou a novidade a uma potencial concorrente. Lado a lado, Heineken é mais encorpada e o sabor mais intenso que a Skol Puro Malte. O veredito? Depende do seu gosto, leitor.
Lembrando que os adjuntos, como milho da Skol tradicional, dão leveza à cerveja, a Puro Malte é de intrigar qualquer bebedor. E, segundo o mestre-cervejeiro Leon Maas, é fruto de um processo desenvolvido por cervejeiros brasileiros e belgas que levou cinco anos e "quem mandou" foi o consumidor, que queria uma cerveja puro malte para praia, churrasco e verão.
Para Leon, a nova cerveja é só mais um passo para a variedade cervejeira. Os fãs de puro malte podem ter um a opção mais fácil de consumir e os consumidores da Pilsen ganham uma chance de experimentar algo novo.
Nesse sentido, é um pequeno passo para muito beerchato, mas um enorme passo para quem não larga mão da "cerveja de sempre".
O que importa…
…. para quem pensa cerveja além do copo
Como nem só de beber vive o cervejeiro, ter uma puro malte no portfólio da marca mais popular do país preocupa quem quer vender, além da bebida, a famigerada cultura cervejeira.
Se a própria Skol tentou popularizar conceitos distantes do público geral com a Hops ao falar de lúpulo, colocar "puro malte" em evidência só pelo viés do consumo pode fazer a marca "voltar casas" na educação de um público que adora cerveja, mas sabe ainda muito pouco sobre ela.
Então queremos saber: como ela vai chegar como informação cervejeira? Maria Fernanda Albuquerque, diretora de marketing da marca, conta que, ao contrário do que a Hops animou, a ideia é descontrair, não explicar.
"Decidimos brincar um pouco e fizemos algumas perguntas que pudessem despertar a curiosidade do público: seria possível lançar uma cerveja puro malte que não fosse pesada e que pudesse ser consumida em diferentes ocasiões? Skol Puro Malte? Seria isso uma fake News? Então a campanha é sobre o 'não lançamento'". Uma série de vídeos nas redes oficiais da marca dá o tom da campanha que chegar pra valer no domingo (13).
Em resumo, se a ideia da marca gigantesca é chegar a um público que nenhuma outra conseguiu – os bebedores que querem leveza E puro malte -, ganha quem bebe. Já para quem ainda se vira para explicar cerveja, é uma válida provocação de explorar o que parece básico, mas que para o ENORME público ainda é blablablá de "cheiradores de copo".
Quem viver… hum…verá 😉
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