Vinho brasileiro tem mais "saúde" que sul-americanos e europeus, diz estudo
Aqui no Siga o Copo já falamos sobre a diferença entre beber e degustar cervejas. Com vinho e qualquer outra bebida alcoólica, não é diferente. "Fazer bem" não é só ter boas sensações, mas também aproveitar o que essas delícias podem trazer para sua saúde.
Para os brasileiros, uma ótima notícia nesse quesito: uma pesquisa do Laboratório Lavin, especializado em análises de bebidas, apontou que os vinhos da Serra Gaúcha têm quase três vezes mais resveratrol do que seus principais rótulos concorrentes sul-americanos e europeus.
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Resvera… o que?
A substância resveratrol é encontrada em semente e casca das uvas tintas, logo faz parte de sucos e vinhos 😉
Carlos Basualdo, nutricionista da clínica Mais Excelência Médica, confirma o que muita gente usa como desculpa: vinho faz bem! – desde que não passe dos dois cálices de 200 ml por dia e que sua dieta não proíba álcool, óbvio.
O resveratrol ajuda a reduzir o colesterol ruim e proteger o organismo contra as doenças cardiovasculares. Além disso, a ação antioxidante combate inflamações e melhora a cicatrização de ferimentos.
"Alguns estudos demonstram efeitos benéficos no envelhecimento e alguns tipos de câncer, mas não está confirmado". Torcemos por essa notícia, ciência.
Brasil nas "cabeças"
Diante de tantos benefícios, a boa notícia é que, na comparação entre 6 vinhos da serra gaúcha – a Casa Perini, que aceitou participar do estudo – e de 11 rótulos da Argentina, Chile, Portugal, Itália e França * mais vendidos por aqui, os nacionais têm 3,5 vezes mais resveratrol (3,51 mg/L, ante 0,96 mg/L).
A presença maior desse polifenol não é por acaso, segundo o presidente da ABS-RS, Orestes de Andrade Jr. "A Serra Gaúcha é tida como uma região úmida e inóspita para o cultivo de uvas tintas. Para sobreviver e frutificar, a videira da produz mais resveratrol para proteger a planta da ação de fungos", explica.
A pesquisa passou por contraprova no Laboratório de Referência Enológica (Laren) do governo do Estado do Rio Grande do Sul e está sendo divulgada pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS).
Momento importante
O que muita gente defende para a cerveja, vale para o mundo do vinho: mercado só cresce com apoio local. O acordo do Mercosul com a União Europeia deixou muito produtor brasileiro preocupado e olhar para a tributação local é urgente.
O Brasil conta com produtores de qualidade e "saúde" para dar e vender. Por que não olhar com mais carinho para a prateleira que leva nossa bandeirinha verde e amarela?
*Os rótulos avaliados foram os seguintes: Cosecha Reservado 2017 (0,87 mg/L), Etchart Malbec 2017 (2,15 mg/L), Periquita 2016 (1,17 mg/L), Corvo Roso 2016 (0,92 mg/L), Latitud 33 2017 (0,72 mg/L), Casa Silva Cabernet Sauvigon/Carmenèré 2018 (1,17 mg/L), Casillero del Diablo 2017 (0,54 mg/L), Reservado Concha Y Toro 2018 (0,89 mg/L), Santa Carolina Reservado 2017 (0,57 mg/L), Cartucha 2016 (0,74 mg/L), Baron D'Arignac (0,89 mg/L), Arbo Merlot sem safra (3,52 mg/L), Arbo Cabernet Sauvignon sem safra (3,63 mg/L), Casa Perini Cabernet Sauvignon 2017 (3,01 mg/L), Casa Perini Merlot 2017 (3,15 mg/L), Fração Única Cabernet Sauvignon 2015 (4,57 mg/L) e Fração Única Merlot 2015 (3,18 mg/L).
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