Em destaque no mundo das taças, mulheres são a realeza dos vinhos
Basta uma olhada pelos restaurantes, winebars ou na frente das prateleiras dos mercados, elas estão lá. Consumidoras, sommelières, professoras… não faltam mulheres no universo do vinho.
Três das seis Rainhas de Copas (espanhol para taças) que competiram pela melhora carta de vinhos em um evento promovido pela Wines of Chile, Gabriela Bigarelli, Jéssica Marinzeck e Débora Breginski bateram um papo com o Siga o Copo e provam que a bebida é nobre, mas seu futuro é pop.
Vinho, bebida de mulher (e de todo mundo)
O trio é unânime: está bom e cada vez melhor ser uma mulher que ama a bebida. Donas de currículos de babar, elas levam para as taças o melhor do vinho – e do "eno-girl-power":
Há 18 anos na área e comandante do restaurante Terço, Gabriela associa a essência feminina à complexidade das uvas e usa a própria personalidade como exemplo:
"Eu sou muito um corte bordalês: um pouco de cabernet sauvignon, que é minha minha bravura, minha força, minha garra; um pouco de merlot, por ser muito amorosa; e cabernet franc, que vem para equilibrar".
Certificada pela Court of Masters Sommeliers e criadora da JM Wines, Jéssica criou uma carta que levava às taças bebidas com a força da jogadora Marta ao carisma de Michelle Obama.
Primeira mulher a disputar como "Melhor Sommelier" pela Revista Veja São Paulo e veterana de competições e salões de Fasano a Dressing, Débora crava:
"Os que antes rejeitavam, hoje admiram. Hoje, se ouço qualquer manifestação de machismo, só mostro meus 25 anos de experiência".
Nos restaurantes, se muitas sabem orientar e servir, as consumidoras também estão atrás de conhecimento para não só beber, como degustar.
"O vinho é a bebida da mulher, uma vez que ainda existe domínio masculino em cerveja e destilados. Vejo cada vez mais mulheres nas salas e muito casal – com elas levando os parceiros", conta Jéssica.
Vinho, bebida sem frescura
Se elas quebraram paradigmas de gênero, agora luta é outra: como mostrar que beber vinho bom não é só para endinheirados?
De volta a Curitiba, Débora se deparou com um mercado que adora a bebida e o clima ideal para não largar a taça o ano todo. O público, porém, ainda não tinha coragem de se aventurar – por dinheiro ou mesmo pela 'aura' pedante dos entendedores -.
À frente do Vinho na Rua, ela explica a bebida para quem quiser ouvir – e se apaixonar. "Se chega alguém que fala que não gosta de vinho branco, digo que é porque não tomou comigo. Provo com taças de plástico, oriento e puxo para referências e mostro o vinho como ele é", diz.
Gabriela faz coro: "Se tiver um vinho e um copo americano, vou beber felizona". Para ela, "vinho é uma vida engarrafada" e não tem quem não vá se identificar com um sabor, uma nuance ou uma história.
Vinho não nasceu para chatice
Para desmistificar a bebida, as rainhas querem mais é que todo mundo se divirta. "O legal é fazer alguém provar algo diferente e ter uma experiência especial", diz Gabriela.
Jéssica, que foi a Dallas (EUA) para mais uma etapa de seus estudos para o título de Master Sommelier, conta que, entre os bambambãs da bebida, bom mesmo é traduzir a complexidade de uvas, solos, acidez para um bate-papo em que entendidos e leigos possam dividir a mesa para aproveitar o que a bebida tem de melhor.
A Rainha das Rainhas
Além de Gabriela, Débora e Jéssica, o grupo das "minas do vinho" ainda conta com grandes nomes, como Daniela Bravin, Eliana Araújo e Gabriele Frizon.
A "Rainha de Copas 2018" literalmente coroada, porém, foi Jéssica. Sua carta vencedora por voto popular contava com Veramonte Chardonnay, Aresti Trisquel Sémillon, Casas del Bosque Pequeñas Poducciones Sauvignon Blanc, Cono Sur Single Vineyard Pinot Noir, Matetic EQ Syrah e Gandolini Las 3 Marías Vineyards Cabernet Sauvignon.
"Apesar de querer muito ganhar, claro, foi uma surpresa. E espero que as pessoas tenham se divertido tanto quanto eu", disse.
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