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Cervejeiros revelam gostos das mamães e não, elas não são todas iguais

Juliana Simon

07/05/2018 10h59

(Crédito: Drew Farwell/Unsplash)

Não tem nada mais legal na vida de um cervejeiro que tomar bebidas bacanas, óbvio, mas também ouvir aquele "nossa, amei aquela cerveja que você me indicou". Se isso vem da mãe, então, é a glória.

Falo por experiência própria: quase chorei quando consegui ver a minha mãe (beijos, dona Mônica) tomar uma cerveja sem fazer careta e sem falar que "só curte o primeiro gole de um chope geladinho" (nada contra, mas é um gole. Só um. O primeiro. Quem nem se sente o gosto. Ah, mãe).

Depois de convencê-la de que a) não sou bebum porque amo cerveja b) existe um universo além das American Lager, partimos para a persuasão cervejeira. "Ah, você quer pouco amarga? Prova essa Wit", "ah, você quer uma que leeeembre uma American Lager, toma essa Pilsen", "ah, você acha que cerveja mais escura é sempre muito alcoólica? Pega aqui essa Bock". Atualmente, existe até uma paixãozinha por Saisons.

O Dia das Mães tá aí e, como esta blogueira, muito cervejeiro não deixa a mãe em paz enquanto não encontrar aquela garrafinha que possa fazer parte do almoço de domingo.

Laçadas pelo estômago

"Não gosto de cerveja, mas…": esse é o caso de Luzia, mãe da gerente de conhecimento cervejeiro da Ambev, Beatriz Ruiz. "Minha mãe não bebe álcool, mas gostou da Witbier servida com laranja e harmonizada com peixe e purê de limão siciliano", diz. Fica a dica 😉

"Minha mãe amou a Demoiselle, da Colorado, por seu gosto pronunciado de café. Até aprendeu que não era loucura tomar a cerveja com bolo de chocolate", conta a jornalista Lisi Marques sobre sua mãe, Valda.

Mãe resistente? Que tal apelar para memória afetiva? Claudia, mãe de Alexis Andreus, adora uma Pumpkin Ale: "Ela curtiu por lembrar o doce de abóbora da avó".

Ousadia e alegria

E não acha que mães não pegam pesado e se apaixonam pelas mais alcoólicas? Marta, mãe do cervejeiro Herbert de Luca, caiu de amores pela Doppelbock. "Docinha", mas que pode chegar até a 10% de ABV é potência para paladares refinados, dona Marta. Arrasou!

Não pode faltar a mãe hop-lover, né? O somellier Rafael Alves já sabia que Ana Paula adora uma comidinha mais amarga e apresentou as American IPA. Não deu outra: amor eterno, amor verdadeiro.

Mas quer uma mãe ousada MESMO no paladar? Angelina, mãe de Edgard Faria, gosta mesmo é de lambic – para dar uma ideia, uma cerveja bem seca com aroma, por exemplo, de suor e celeiro. "Levo ela no bar e indico as não-amargas". Viu? Não-amargor não é pecado, lembrai (hopheads, alow).

Mãe-inspiração

Que mané beerinfluencer o que! Elaine, mãe de Juliana Almeida, do Ladies Bier, foi a musa da paixão da filha. "Ela aaaama Porter e Stout. Eu comecei a beber cerveja por influência dela". <3

Casa de ferreiro…

Dois dos cervejeiros mais respeitados do universo artesanal, no entanto, falharam na missão. Ama as criações da Dádiva e da Treze? As mães de Victor Marinho (Marcia) e Bruno Couto (Maria) não se impressionaram muito. "Já tentei de tudo. Não gosta de nada do que eu faço", conta o primeiro.

"Passei pelo mesmo… mas, curiosamente, a única que ela toma com gosto é a Baleia Triple IPA", conta o segundo.

Tudo bem, meninos. O desafio está lançado: fazer uma cerveja para agradar a mãe no segundo domingo de maio de 2019 😉

No próximo domingo, cervejeiro, você já sabe. Chama a mamãe para descobrir qual cerveja ela mais ama e ganhe uma companhia de bar insuperável 🙂 <3

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Sobre a autora

Juliana Simon é jornalista do UOL, sommelière de cervejas, mestre em estilos e especialista em harmonização pelo Instituto da Cerveja Brasil.

Sobre o blog

O Siga o Copo é espaço para dicas, novidades e reportagens para quem já adora ou quer saber mais sobre o universo cervejeiro e de mais bebidas.