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Caçadores de vinhos usam experiência, retiro e até cão em busca pela bebida

Juliana Simon

11/09/2019 08h55

Manu Brandão e Vicente Jorge, os "winehunters"

Imagina sair pelo mundo em busca de vinhos e chamar isso de trabalho! Com mais de 20 anos de vinhos na bagagem, os winehunters Manu Brandão e Vicente Jorge têm esse ofício dos sonhos.

A procura por rótulos fora do óbvio agora é celebrada com o lançamento da própria marca de vinhos da dupla, a Enclos du Wine Hunter, pela Wine. Mas o que faz exatamente um "caçador de vinho"?

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Ainda que tenham a formação de sommelier e cursos em vinícolas do mundo todo, a dupla conta que "beber é preciso"…e não é pouco. O francês Manu Brandão calcula singelos 2 mil rótulos ao ano de diferentes partes do globo.

Nascido em Bordeux, terra de vinhos tradicionais e premiados, Manu conta com um pouco de instinto e feeling para descobrir aquela produção mais especial e fazê-la passear com mais facilidade pelo paladar dos brasileiros.

Eu, você, uns vinhos e um cachorro

Quanto mais contam sobre a vida de "caça", mais parece que se trata mesmo de uma deliciosa opção de vida. Desenvolver uma marca própria e participar de todo o processo – da escolha da uva à garrafa – levou os de volta à terra natal de Manu, onde praticam uma espécie de retiro (daí a palavra "enclos"), duas vezes por ano.

Entre degustações e troca de impressões sobre as novas "joias", Manu e Vicente contam com somente mais um seleto membro neste recolhimento: Otto, um Dogue de Bordeaux.

Os melhores amigos do homem podem não ser engarrafados, afinal.

Como o Brasil descobre vinho

A inspiração de terras francesas é traduzida para o paladar brasileiro: mercado novo, curioso, mas com muito a aprender.

"Made in Brazil", o também "winehunter" Vicente Jorge vê a paixão por vinho no país crescer, mas ainda muito nova e ligada a pontuações e indicações.

Para ele, falta descobrir a versatilidade da bebida, que pode ser servida em uma feijoada, em um dia de praia, com hambúrguer e ao lado de um bom churrasco.

Caçar vinhos em três palavras

Perguntado como resumiria seu ofício, Vicente sem querer dá uma lição para profissionais de qualquer área e lança no ar o que um "winehunter" precisa (anotem):

"Relacionamento: essencial para ter acesso ao que há de melhor no mundo do vinho; instinto, que é uma coisa que a gente tem, mas também se treina; e negociação, fundamental para chegar ao que há de melhor e oferecer ao público".

Parece muito sisuda essa história de "viver de buscar vinhos"? Vicente dá um spoiler para matar meio mundo de inveja já ao final da entrevista:

"E se eu puder sugerir uma palavra a mais, seria: é uma delícia!"

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Sobre a autora

Juliana Simon é jornalista do UOL, sommelière de cervejas, mestre em estilos e especialista em harmonização pelo Instituto da Cerveja Brasil.

Sobre o blog

O Siga o Copo é espaço para dicas, novidades e reportagens para quem já adora ou quer saber mais sobre o universo cervejeiro e de mais bebidas.